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Conversando com James P. Blaylock

Como já dissemos nesse post, três anos atrás, um infeliz acontecimento se sucedeu, um humano foi descuidado, um Engenho Analítico não foi confiável, cartões perfurados se perderam, e uma pequena entrevista que fizemos com a lenda do Steampunk, James Blaylock, se perdeu no éter. E assim teria ficado, não fossem as milagrosas técnicas tecno-lúdicas de um peculiar aparato que nos deu a habilidade de viajar no tempo. Desviando de nossas versões do passado, fomos capazes de resgatar as palavras que, de outra maneira, ficariam condenadas a uma eternidade no limbo.

Não sabemos qual será o resultado de tal alteração temporal. Talvez o tecido do tempo-espaço se parta, talvez apenas passemos a gostar mais de berinjelas, mas o caso é que aqui está a entrevista, publicada com um sincero pedido de desculpas ao Sr. Blaylock, pelas nossas desventuras temporais.

 

James P. Blaylock foi um dos pioneiros do gênero Steampunk, antes mesmo da denominação existir. Seus contos “Paper Dragons” e “Thirteen Phantasms” foram os vencedores do World Fantasy Award 86 e 97, e seu livro “Homunculus”, foi ganhador do Philip K. Dick Award de 1998. Homunculus foi o segundo livro da série que conta as histórias vividas pelo cientísta aventureiro Langdon St. Ives, e seus encontros com seu terrível nêmesis, o Dr. Ignacio Narbondo. O primeiro romance da série, “The Digging Leviathan” não era steampunk, e nem contava com a presença de Langdon, se passando na California dos anos 60, mesmo assim, existem personagens nessa obra que, de uma forma ou de outra, se tornariam recorrentes na série. A ligação desse primeiro romance com as aventuras vitorianas de St. Ives é esclarecida mais tarde nos romances, e de uma maneira que não irei explicar para não estragar a surpresa de quem decidir ler as histórias.

Foto tirada por volta de 1987 (depois de ter escrito Homunculus, mas antes de escrever Lord Kelvin’s Machine). A partir da esquerda – James Blaylock,  Howard Kaylan da banda The Turtles, Tim Powers e K.W. Jeter a direita. Agradecemos à Viki, esposa a esposa de Blaylock, pela foto.

A aventuras de Langdon St. Ives, das profundezas das selvas de Bornéu, até os confins do espaço sideral, passando por corredores temporais ao passado e futuro, e invariavelmente de volta a Londres Vitoriana, perpetuamente coberta de névoa, são um dos pivôs do steampunk na literatura, influenciando todo o gênero. Sem dúvida alguma, o steampunk deve muito a Blaylock (bem como a Jeter, Powers, e a dupla Gibson & Sterling), e seus mundo aventuresco de cavalheiros exploradores, ciência improvável, e pastiche consciente. Tanto quando às obras de ficção científica do século anterior que o influenciaram.

Comecemos então, com uma apresentação nas palavras do próprio Blaylock:

“Eu nasci em Long Beach, California, em 1950, e sempre vivi no sul da California, com  exceção do ano em que eu e minha esposa, Viki, passamos em Hulbolt County, na costa norte da California. É por isso que a maioria dos meus livros são ambientados no sul ou norte da California. Temos dois filhos, um de 33 e um de 31*, ambos atores. John, meu filho mais velho, também escreve musicais de comédia. Viki e eu estamos casados a 42** anos. Vivemos em Orange, que fica no Orange Conty, California, apenas a algumas milhas de onde ambos crescemos. Eu vendi meu primeiro conto em 1975 e comeceu a lecionar na mesma época. Sou professor titular na Chapman University, que fica a uns quatrocentos metros de onde moro em Orange”.

*36 e 34 agora.
** 45 agora

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UMA BREVE CONVERSA COM A LENDA DO STEAMPUNK:

Em seus trabalhos você mistura ficção científica com história alternativa e fantasia. Você diria que sua obra está dentro do gênero Steampunk?

BLAYLOCK: A maior parte da minha obra é fantasia contemporânea, com a ocasional inclusão de elementos de ficção científica. Meus romances Steampunks incluem Homunculus, Lord Kelvin’s Machine, The Aylesford Skull, The Ebb Tide, The Affair of the Chalk Cliff, e The Secret Ring of Stones (que está para sair pela Subterranean Press*). No decorrer dos anos eu também escrevi vários outros contos Steampunk. Eu sou muito feliz em escrever Steampunk atualmente, embora não me considere primariamente um escritor de Steampunk. Como eu disse, a maioria de meus romances e contos são fantasia realista contemporânea.

*Já saiu, sob o título The Adventure of the Ring of Stones, e pode ser comprado aquiaqui

Você favorece alguma técnica específica para escrever? Como você consegue a inspiração para produzir suas histórias?

BLAYLOCK: Eu não acho que poderia chamar meu método de técnica, mas geralmente funciona assim: Uma ideia surge em minha mente, geralmente como uma imagem. A imagem está incompleta, mas envolve o mundo do romance, por assim dizer, e um personagem que habitaria esse mundo. Também existe um conceito acompanhando. O conceito pode ser relacionado com um objeto físico no cerne da história de tal personagem. Eu escrevi meu romance The Rainy Season por que estava pensando muito sobre água. Por ano, o sul da Califórnia recebe cerca de 330 milimetros de chuva, mas passamos por anos secos constantemente. Nesses anos, a água nos desfiladeiros desaparece para baixo da terra, as árvores começam a morrer, e existe uma chance alta de ocorrerem incêndios. Ocasionalmente, a corrente do El Niño causa anos particularmente chuvosos. Piscinas naturais se formam nos prados, cachoeiras aparecem, e as correntes são fortes. The Rainy Season se passa durante um ano chuvoso, então o livro é um pouco sombrio, e fala sobre temas de perda e de recuperação, que são aludidas naturalmente pelo clima. Eu também tinha em mente a ideia de que pequenos objetos – bugigangas de infância, podiam ser magicamente imbuídas com o espírito/paixões/imaginação/etc, da pessoa que as carregavam. Essas coisas revolveram em minha mente por seis meses enquanto eu fazia anotações, tentando descobrir que história queria ser contada. Personagens surgiram em minha mente, o cenário se solidificou, e – o mais importante – o efeito/tom/atmosfera do romance se tornou autêntico ao meu ver. Quando eu finalmente podia ver imagens suficientes, quando eu podia essencialmente ver o romance em minha mente -eu comecei a escrever. Terminar de escrever levou mais um ano e meio.

Você escreve seus livros se inspirando em gêneros retrofuturistas, ou você os escreve sem se preocupar com classificações?

BLAYLOCK: The Aylesford Skull, meu romance Steampunk mais recente, foi escrito sem se preocupar com classificações. Eu já estava escrevendo Steampunk anos antes da palavra “Steampunk” ser inventada. Eu não costumo ler livros Steampunk a não ser quando foram escritos por algum de meus amigos, não quero ser influenciado por noções contemporâneas sobre  Steampunk. Eu estou muito feliz, é claro, que o Steampunk é popular atualmente, por que torna mais provável que editoras comprem livros como The Aylesford Skull. Eu simplesmente acho o cenário Vitoriano e a pseudociência nos livros extremamente agradável de se ler, e eu aprecio muito a linguagem da era.

A Grande Guerra e seu livro levanta questões sobre o uso de tecnologia e o impacto social de sua natureza anacronística. Qual foi a sua motivação em escolher esse cenário, e o que estava tentando atingir na mente de seus leitores com isso?

BLAYLOCK: Eu não considero questões de impacto social ou de uso da tecnologia, eu não tenho qualquer motivação politica ou social. Se os críticos e resenhistas veem evidências de tais coisas em meus livros, então eles estão vendo o resultado da história, mas não sua motivação. Quando estava no inicio do processo de planejamento do livro, eu estava interessado pelos “Espelhos mágicos japoneses” como são chamados, e também em deflagrações. Me surgiu a ideia que fantasmas poderia ser projetados por espelhos mágicos, e que o espelho/projetor pode ser feito a partir de um crânio humano. Isso foi seguido de uma pesquisa sobre os primórdios da fotografia. Aquela era era característica por muitas explosões anarquistas, então eu decidi que as explosões iriam ser algo central nas atividades de meu antagonista. Em outras palavras, eu fiz cerca de seis meses de pesquisa antes de começar a escrever, mas não foi pesquisa organizada; foi simplesmente uma questão de uma coisa interessante me levando a outra coisa interessante. Então o cenário do romance, por assim dizer, surgiu por causa do tom que eu estava tentando criar – outro romance de atmosfera sombria, como foi o caso.

Você tem algum livro ou filme favorito que caia dentro da definição “Steampunk”?

BLAYLOCK: Meus livros favoritos no gênero não são Steampunk, são os livros escritos por Verne, Wells, Conan Doyle, e outros que eu lia quando criança e jovem adulto. Eu evito ler Steampunk contemporâneo simplesmente porque não quero ser influenciado pelo que outros escritores estão fazendo. Existe dois filmes, no entanto, que tiveram um imenso impacto nos meus primeiros escritos: “The Fabulous World of Jules Verne”, e “The Fabulous Baron Munchhausen”, ambos feitos em 1950, por um impressionante diretor tcheco chamado Karel Zemen. São filmes ótimos, absolutamente.

Maisde 26 anos após a criação do termo Steampunk, muitos fãs surgiram subitamente, como um movimento. O que você acha desse continuo crescimento?

BLAYLOCK: Eu fico muito feliz com o crescimento do movimento Steampunk. Me incomoda um pouco que muitos dos fãs do Steampunk mundo a fora não sabem que as origens do movimento são literárias, mas isso é um detalhezinho. Eu adoro a indumentaria e as criações produzidas pelos artistas. Eu espero que o movimento continue a crescer.

Você tem algum plano de visitar o Brasil em algum ponto do futuro? Como se sente sabendo que você tem fãs no Brasil?

BLAYLOCK: Eu não tenho planos de viajar, mas ouvi que é um lugar belíssimo. Certamente me alegra ter fãs aí. Um dos meus primeiros livros – A Terra dos Sonhos – foi publicado no Brasil, mas ele provavelmente deve ser difícil de achar hoje em dia. Existem alguns elementos Steampunk naquele livro, embora seja uma tipo estranho de fantasia e não um livro steampunk, de fato. Então… Olá a todos os meus leitores no Brasil. Adoraria poder dizer isso a vocês pessoalmente.

Você acha que o Steampunk tem ganhado popularidade? Acha que grupos Steampunk como o nosso podem contribuir com artistas como você?

BLAYLOCK: Uma das coisas maravilhosas sobre o Steampunk é que não é só literário; ele parece inspirar todo tipo de artista. Uma enorme gama de escritores, artistas, músicos, pesquisadores, etc. podem contribuir a sua própria maneira. Isso o torna diferente de outros movimentos populares. De fato, eu não consigo pensar em nenhum outro movimento vindo da literatura que tenha tido um efeito tão amplo na cultura popular.

Em uma frase, você poderia definir o que é SteamPunk?

BLAYLOCK: Eu não quero definir, na verdade. Escritores e artistas devem defini-lo a sua própria maneira. Eu sou desconfiado com definições porque elas são barreiras a uma expressão livre da criatividade. Eu escutei definições me diversas ocasiões, e invariavelmente elas excluem escritores e modos de escrever.
Tendo dito isso, todos meus livros e histórias Steampunk tem a Inglaterra como cenário, geralmente Londres, embora meus personagens possam deixar a Inglaterra se for necessário. Por envolverem personagens recorrentes, eles acontecem na era Vitoriana, com exceção de uma história, que se passa durante o período Eduardiano. Geralmente eles não tem nada relacionado a tecnologia à vapor. Muitos são essencialmente histórias de mistério. Eu escrevo esse tipo de história porque quando escrevi minha primeira história Steampunk, eu tinha uma influência muito grande de Robert Louis Stevenson. Pode ser que no futuro eu escreva algum tipo diferente de história Steampunk – Steampunk do Sul da Califórnia, por exemplo.

James P. Blaylock tem um novo romance Steampunk, lançado pela Subterranean Press (link acima), e quando essa entrevista foi dada, estava trabalhando em um novo romance para a Titan Books, uma espécie de sequência para to The Aylesford Skull. O livro,  chamado Beneath London, pode ser encontrado aqui.

 

Você pode ler mais sobre James Blaylock e seu trabalho no seu próprio website jamespblaylock.com

 

 

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As we said here, some time ago, an unfortunate event happened, a human made a mistake, an analitic engine was unreliable, puch cards got extraviated, and a little interview we did with Steampunk legend, James Blaylock, got lost in the aether. And it would remained that way, weren’t for the miraculous technofantastic technics of a peculiar device that gave us the ability to travel in time. Avoiding our past selves by an inch, we were capable to rescue the words that, otherwise, would be condemned to an eternity on a timeless limbo.

 We don’t know what will be the consequences of our temporal messing about. Maybe the fabric of time and space will tear apart, maybe we just develop an unusual taste for eggplant that we didn’t had before. The case is, the interview is here, translated and in it’s original form, published again with our most sincere apology to Mr. Blaylock. Sorry for our time and space misadventure.

In your work you mix science fiction with alternate history and fantasy. Would you say your work is in the Steampunk genre?

BLAYLOCK: Most of my work is contemporary fantasy, with science fiction elements added in on occasion.  My Steampunk novels include Homunculus, Lord Kelvin’s Machine, The Aylesford Skull, The Ebb Tide, The Affair of the Chalk Cliffs, and The Secret of the Ring of Stones (which is coming out soon from Subterranean Press*).  Also I’ve written several Steampunk short stories over the years.  I’m very happily writing Steampunk today, although I don’t consider myself primarily a Steampunk writer.  As I said, most of my novels and short stories are contemporary realistic fantasy.

*Already out, with the title The Adventure of the Ring of Stones, available here and here.

Is there a particular writing technique you favour? How do you get your inspiration for writing the stories that you write?

I don’t think I could call my method a technique, but it usually works like this:  An idea comes into my mind, usually as a picture.  The picture is incomplete, but it involves the world of the novel, so to speak, and a character who would inhabit that world.  Also, there’s a concept attached to it.  The concept might have to do with a physical object at the heart of the character’s story.  I wrote my novel The Rainy Season because I had been thinking a lot about water.  Southern California gets about 13 inches of rainfall in an average year, but we undergo drought years fairly often.  In those years, water in canyon streams disappears underground, trees in the canyons begin to die, and there’s a high chance of wildfire.  Occasionally the El Nino current causes particularly wet years.  And then pools form in meadows, waterfalls appear, and streams are high.  The Rainy Season is set during a wet year, and so the book is a little bit dark and has to do with themes of loss and recovery, which are naturally suggested by the weather.  Also, I had in my mind the idea that small trinkets – small possessions, perhaps from childhood, might be magically imbued with the soul/passion/imagination/etc. of the person who carried the trinket.  Those things went around in my mind for six months while I took notes, trying to figure out what story wanted to be told.  Characters came to mind, the setting came into being, and – most importantly – the effect/tone/atmosphere of the novel became authentic to me.  When I could finally picture enough scenes – when I could essentially see the novel in my mind – I started to write it.  The writing took another year and a half.

Did you write your books inspired by retrofruturist genres or did you write without classification concerns?

The Aylesford Skull, my most recent Steampunk novel, was written without classification concerns.  I was writing Steampunk years before the word “Steampunk” was invented.  I tend not to read Steampunk unless it’s a book written by one of my friends.  I don’t want to be influenced by contemporary notions about Steampunk.  I’m very happy, of course, that Steampunk is currently popular, because it makes publishers more likely to buy books like The Aylesford Skull.  I simply find the Victorian settings and the pseudoscience in the books exceedingly enjoyable, and I’m very fond of the language of the era.

The Great War in the book raises issues about the usage of technology and the social impact of its anachronistic nature. What was your motivation on choosing this scenery and what were you trying to reach in the mind of your readers?

I didn’t consider questions of social impact or usage of technology.  I don’t have any political or social motivations at all.  If critics and reviewers see evidence of such things in my books, then what they’re seeing is the result of the story, but not the motivation for the story.  Early in the planning stages of the book I became interested in so-called Japanese magic mirrors and also in dust explosions.  It came into my mind that actual ghosts could be projected by magic mirrors, and that the mirror/projector might be contrived from a human skull.  That was followed by my reading about early photography.  The era was characterized by a lot of anarchist bombings, and so I decided that explosions were going to be central to the activities of my antagonist.  In other words, I did some six months of research before I started to write, but it wasn’t organized research; it was simply a matter of one interesting thing leading to another interesting thing.  So the scenery of the novel, so to speak, came about because of the effect that I was trying to create – another dark, atmospheric novel, as it turned out.

Do you have any favorite books or movies in the steampunk umbrella?

My favorite books in the genre are not Steampunk, they’re the books written by Verne and Wells and Conan Doyle and other writers whom I read as a child and young adult.  I avoid reading contemporary Steampunk, simply because I don’t want to be influenced by what other writers are doing.  There are two movies, however, that had an immense impact on my early writing: “The Fabulous World of Jules Verne,” and “The Fabulous Baron Munchhausen,” both of them made in the 1950s by an astonishing Czech film director named Karel Zemen.  They’re absolutely cool films.

More than 26 years after the creation of the term Steampunk, a lot of fans came up, all of a sudden, like a movement. What do you think about this continuing growth?

I’m really happy for the growth of the Steampunk movement.  It bothers me a little bit that most of the Steampunk fans out there do not know that the origins of the movement were literary, but that’s a small thing.  I love the costuming and the products produced by makers and artists.  I hope that the movement continues to grow.

Do you have plans to come to Brazil in the following years? And How do you feel having fans in Brazil?

I have no plans to go to Brazil, which I’ve heard is a very beautiful place.  I’m certainly happy to have fans there.  One of my early novels – Land of Dreams – was published in Brazil in translation, although probably it’s difficult to find today.  There are some Steampunk elements in that book, although it’s a strange sort of fantasy and not really a Steampunk book.  So… hello to all my readers in Brazil.  I wish I could say that to you in person.

Do you think SteamPunk have being gaining popularity? Do you believe SteamPunk groups like ours may contribute with artists like yourself?

One of the wonderful things about Steampunk is that it is not merely literary; it seems to inspire all sorts of artists.  A wide array of writers, artists, musicians, scholars, etc. can contribute in their own way.  In that way if differs from other popular movements.  In fact, I can’t think of another literary-spawned movement that has had such a wide-ranging effect on popular culture.

In a sentence, could you define SteamPunk?

I don’t want to define it, actually.  Writers and artists should define it in their own way.  I’m wary of definitions, because they’re barriers to the free expression of creativity.  I’ve heard definitions on a number of occasions, and invariably they exclude writers and ways of writing.  That being said, my Steampunk books and stories are set in England, often in London, although my characters might leave England if it’s necessary.  Because they involve series characters, they take place during the Victorian era, with the exception of on story that takes place during the Edwardian era.  They often have nothing to do with steam power.  Most of them are essentially mystery novels.  I write those sorts of stories because when I wrote my first Steampunk story, I was heavily influenced by Robert Louis Stevenson.  It could be that I’ll write a different sort of Steampunk in the future – southern California Steampunk, for example.

James P. Blaylock latest Steampunk novel published by Subterranean Press can be found here and here, and, at the time of this interview, was working on a new novel for Titan books, which is a followup (but only barely a sequel) to The Aylesford Skull. And can be found here.

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