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The Prestige – Livro

The Prestige

[ALERTA: Este artigo contém SPOILERS MONUMENTAIS]

A história de dois mágicos de palco presos a uma rixa amarga e trágica que oscila entre os caminhos do horror, fantasia, e ficção científica.

Se você viu o filme, e acha que já conhece a história você está errado.

Publicado em 1995 The Prestige, escrito pelo autor britânico Christopher Priest em uma estrutura epistolar; se passando por uma coleção de diários que foram coletados pelos protagonistas e depois reunidos; o romance acompanha a trajetória de Alfred Borden e Rupert “Robbie” Angier em sua escalada do mundo do espetáculo até se tornarem ilusionistas mundialmente famosos. No início de suas carreiras eles se conhecem brevemente e uma amarga disputa se inicia. Cada um tem uma ilusão que o outro não consegue desvendar, e ambos empregam mais energia e karma do que podem tentando descobrir os segredos e arruinar as apresentações do outro.

A história é contada através dos bisnetos de Borden e Angier enquanto eles investigam, cada um por conta própria, como suas vidas foram afetadas pelos conflitos de seus ancestrais. Os eventos do passado são revelados em sua maioria através dos diários de cada um dos mágicos. O que inicia-se parecendo ser a busca de um homem moderno por alguma conexão sobrenatural em sua família, se torna a narrativa do diário de Borden, e mais tarde o de Angier.

O título do livro deriva do conceito de que as mágicas de um ilusionista consistem em três estágios: o primeiro, a proposta, onde o artista mostra algo comum e sugere ou que poderá acontecer; o segundo, a performance, onde a história é escrita, o filme produzido, e o leitor segue a história da mesma maneira em que a audiência crê que algo extraordinário está ocorrendo; e o terceiro e o efeito [prestige] que encerra o numero, o coelho que não existia antes de sair do chapéu, a mulher cortada ao meio tendo suas partes reunidas novamente, e no fim o aplauso assombrado da audiência

No decorrer do livro vemos ambos os pontos de vista, cenas são recontadas de acordo com a perspectiva de cada um dos rivais, ambos acreditando ser a parte virtuosa da disputa.

Borden, desenvolve um ato chamado O Homem Transportado, e uma versão melhorada chamada O Novo Homem Transportado, que o transporta de uma cabine lacrada em um canto do palco para outra em um piscar de olhos e sem aparentar que passe pelo espaço entre ambas. O ato parece desafiar as leis da física e deixa todos os espetáculos anteriores obsoletos.

Através dos diários aprendemos bem cedo no livro (diferente da versão cinematográfica que guarda a informação para o fim) que Alfred Borden; filho de um reparador de rodas de carruagem que subiu ao estrelato como ilusionista; na verdade são dois gêmeos idênticos, Albert e Frederick. Ambos vivendo a vida de Alfred, devotados a manter o segredo para assegurar o sucesso com seu truque. Angier; filho deserdado de nobres que recorre ao ilusionismo de palco para satisfazer seu espírito; suspeita que Borden usa um dublê, mas ignora a hipótese quando não consegue encontrar evidências para provar e quando investiga os registros de nascimento descobre que não há registro de um gêmeo.

Incapaz de descobrir o método usado por Borden, Angier desesperadamente tenta superá-lo, e com a ajuda do afamado cientista Nikola Tesla, desenvolve um número chamado Em Um Flash, que tem um resultado similar, mas usa um método totalmente diferente. Para o truque de Angier, Tesla desenvolveu um aparelho realmente capaz de transportar um ser de um local para outro, mas com um surpreendente efeito colateral…

Assim como o aparelho recria o ser transportado no local especificado, o mesmo também é deixado para trás em uma forma espectral. O que Angier se refere como sendo “the prestige materials”. Os tais prestígios não se decompões mesmo depois de um século, e um século após tais acontecimentos, a disputa continua a espantar os descendentes dos mágicos.

Senhoras e Senhores, foi tudo realizado com fumaça e espelhos; deixe-me revelar a razão real de ter reunido vocês aqui esta noite.”

O novo truque de Angier é igual ao de Borden, e em retaliação, Borden tenta descobrir como Em Um Flash é realizado. Durante uma performance ele invade os bastidores e desliga o aparelho que Tesla desenvolveu para Angier, embora ele não descubra o que ele faz durante o ato em si. Como resultado o teletransporte fica incompleto, e ambos, o novo Angier e o velho, o Angier “prestígio” continuam a viver, embora o velho sinta-se constantemente fraco, enquanto o novo parece perder suas substância física. O verdadeiro Angier forja a morte de seu alter-ego do truque e retorna as terras de sua família terminalmente doente.

A cópia de Angier, alienado do mundo por sua forma espectral e descobrindo o segredo de Borden, ataca um dos irmãos antes de um espetáculo. Entretanto, a saúde fraca de Borden e o senso moral de Angier intervêm, e Angier não prossegue com o assassinato. Fica implícito que Borden morre alguns dias depois, e que o Angier incorpóreo viaja para encontrar o Angier real, agora vivendo como Lord Colderdale. Eles obtém o diário de Borden e o publicam, após omitir o segredo do truque dos irmãos. Pouco depois o Angier corpóreo morre, e seu gêmeo espectral usa o aparelho para transportar a si mesmo para o corpo, esperando que isso ou o retorne a vida e a ser uma pessoa completa novamente, ou o mate instantaneamente.

O romance recebeu o James Tait Black Memorial Prize de melhor ficção, e o World Fantasy Award de melhor livro.

A adaptação para cinema do livro, lançada em Outubro de 2006 foi dirigida por Christopher Nolan. Estrelando Christian Bale e Hugh Jackman como Borden e Angier respectivamente, assim como Michael Caine, Scarlett Johansson e David Bowie. O livro foi adaptado por Christopher e Jonathan Nolan.

Embora o tema do filme seja fiel ao do livro, muitas mudanças foram feitas no enredo, mais notavelmente a remoção de todo Espiritualismo do livro, e substituindo o esquema da investigação dos descendentes dos dois mágicos para uma narrativa enquanto Borden aguarda sua execução. O efeito do aparelho de Tesla também foi modificado: no filme o corpo deixado para trás não morre, então tem de ser morto a cada apresentação, afogado em um tanque d’água abaixo do palco. Adicionalmente, a complexa estrutura de diários do romance foi trasportada para o filme como narrativas em flashbacks espelhando os três atos de um truque de mágica.
Pontos maiores foram completamente mudados: Julia não morre;Sarah não morre; Borden não é enforcado. (Não é nem ao menos condenado, julgado ou acusado de assassinar Angier); Borden e Angier não são ex-colegas; Borden não mata Angier, e Cutter é apenas uma personagem menor que tenta convencer Angier no início do romance de que Borden é na verdade duas pessoas. Outra grande mudança concerne a máquina de Tesla. No livro, a máquina é claramente mostrada como sendo um aparelho de teletransporte, não tendo nenhuma habilidade de duplicação. O item ou pessoa na máquina é teleportado para a nova locação e um resíduo do que é trasportado é deixado para trás. Mas enquanto esses “prestígios” deixados para trás se parecem com Angier, eles não são feitos de restos humanos: não são um “Angier morto” mas um tipo de sombra ou imagem reminiscente dele. A única coisa próxima a uma “duplicação” no romance, é quando Borden desliga a máquina no meio do teletransporte. A maior parte de Angier fica para trás, mas uma pequena massa (vista como uma imagem espectral) é transportada. Se tornando duas mentes distintas (com memorias similares) com dois corpos diferentes.
Perto do fim do romance descobrimos que Angier está de fato ainda vivo, em sua forma fantasmagórica, mesmo após um século dos eventos vitorianos da narrativa. A história também sugere que existe alguma ligação psíquica entre o corpo teleportado e a sombra deixada para trás, sugerindo que não apenas eles pensam e sentem, mas também fazendo uma alusão de que Angier deve ter deixado para trás uma parte de sua alma a cada teleporte, o que deixa a conclusão do romance ainda mais assombroso.

Personagens implacáveis, bem desenvolvidos e vivendo vidas cheias de intrigas. Priest consegue capturar o modo da escrita do século XIX nos diários sem alienar o leitor moderno. Atmosferas que evocam o uso da tecnologia e do misticismo, efeitos que, com sucesso, reúnem ambas as obsessões vitorianas, a ciência e o oculto.

Por Karl

(Presto! Chango! Abracadabra!)

One Response to “The Prestige – Livro”

  1. Pía Ortiz says:

    O filme também é muito bom. “The Prestige” é uma proposta que me lembra muito “O Hipnotizador” a nova série (eu penduro o link para que você dê uma olhada http://www.enbreve.tv) com tema similar. Voltando ao filme, que tem uma história divertida, em primeira instância, com diálogos bombásticas e tomaram conjecturas nosso diretor executa um enigma estilo de trabalho, mas sem ir aos extremos, com a fotografia cuidadosa, planejada com o requinte de um grande arquiteto cenários, fazer precisas e confiáveis, é óbvio que toda a produção se esforça para fazer o trabalho à tona sem a desvantagem de falta de ajuste, mas com a intenção de delicadeza, suspense e tensão, amantes taquicardia cuja percepção inspecionar mesmo o menor pormenor, que vai ser crucial no filme. As virtudes do filme são óbvios, o script é uma obra escapista / ilusionista com o único propósito de enganar o espectador e fazê-lo sentir emoções diferentes; direção de atores é requintado.

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