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KURIOS – O Espetáculo Steampunk do Cirque du Soleil

“Realidade é relativa.

E se você pudesse alterar a realidade como quisesse? Entre em um mundo de curiosidades onde ver é não acreditar: o mundo de KURIOS™ – Cabinet des Curiosités do Cirque du Soleil®.  O show te emerge em um fascinante e misterioso reino que irá desorientar seus sentidos e desafiar sua percepção, deixando-o a pensar “Isso é real, ou é apenas um figmento da minha imaginação?”

Entre no gabinete de curiosidades de um ambicioso inventor que desafia as leis do tempo, espaço e dimensões, com o fim de reinventar tudo a sua volta. Subitamente, o visível se torna invisível, perspectivas são transformadas, e o mundo é literalmente virado de cabeça para baixo em um lugar que é tão belo quanto misterioso.

KURIOS – Cabinet des Curiosités é uma misto peculiar de atos curiosos e acrobacias impressionantes do Cirque du Soleil.. Deixe KURIOS lhe mostrar que tudo é possível através do poder da imaginação.”

Levando a narrativa do espetáculo para o início do século passado, o mais recente espetáculo do Cirque du Soleil tem um espírito inventivo permeando toda sua estética. Motores à vapor, luzes elétricas, rotoscópios, maquinas voadoras, tudo esperando para ser usado em cada segmento do show.

De acordo com críticas, Kurios – Cabinet des Curiosités, é o espetáculo mais vivaz, engraçado e impressionante montado pelo Cirque du Soleil nos últimos tempos. Em sua estreia em Montreal, onde geralmente os shows ainda precisa de alguns ajustes antes de ir para Toronto, e para o resto do mundo. Kurios já tinha tudo perfeito logo de cara. Salvas de palmas com o publico em pé, mesmo antes da ultima cortina se fechar está sendo algo constante nesse espetáculo desde sua estreia em Abril desse ano.

Nele somos apresentados a personagens como “The Seeker” um cientista tentando criar uma máquina para viajar para outra dimensão, tentando achar um lugar onde  o possível e o impossível se encontram, e fazendo isso com ajuda de seus dois robôs, os Kurios, máquinas disfuncionais criadas através de sucata, couro, e da imaginação do cientista.

Acompanhamos a jornada do cientista através de nove segmentos divididos entre dois atos. Começamos com o Chaos Synchro 1900, quando uma locomotiva chega em uma estação, despejando sua tripulação de excêntricos do século XIX, acrobatas, malabaristas, percussionistas e dançarinos, que criam o ambiente festivo do gabinete de curiosidades.

Depois temos uma dupla peculiar, um musculoso russo e uma boneca de rosto de porcelana que são acordados de sua caixinhade música por uma corrente elétrica, e começam sua coreografia no ar, mais de quatro metros sob o chão.  Depois deles um estranho Mestre-de-cerimônias nos traz um circo em miniatura povoado por artistas invisíveis

Os contorcionistas tomam a forma de quatro criaturas nativas do fundo do mar, enguias elétricas que realizam suas voltas e revoltas, fluindo rapidamente e usando uma imensa mão mecânica como plataforma.

Depois disso o mundo se inverte. Convidados de um jantar são surpreendidos pelos poderes telecinéticos de um dos seus companheiros, que faz um candelabro flutuar sobre suas cabeças, e ao tentar subir em uma cadeira para alcançá-lo, todos descobrem cópias exatas de si mesmo em um estranho universo invertido acima deles, e a mesma cena está ocorrendo lá.

O equilibrista se apresenta como um destemido aviador, aterrissando graciosamente sua máquina voadora, que ele também usa como plataforma, se balançado em cilindros e aparatos mecânicos.

Sobre um vasto oceano, criaturas marinhas dão piruetas, batem e rebatem em uma rede que cobre todo o picadeiro, misturando estilo de rua com pura técnica de trampolim.

“Gêmeos siameses” são separados enquanto se penduravam no ar sobre o público. Voando acima de todos, os dois artistas, as vezes unidos e as vezes sozinhos, sincronizam cada passo de sua dança da correia aérea.

E somente após o banquine, uma sequência sincronizada onde treze artistas culminam seu ato em uma pirâmide humana móvel, com cada artista se lançando dos ombros do anterior, e se cruzando em três níveis, que chegamos ao fim da jornada do cientista.

É claro que esses não são todas as performances ao decorrer do espetáculo, ou todos os personagens que encontramos. Conforme a história avança somos apresentados ao Sr. Microcosmos, uma autoritária figura que tem o progresso e a tecnologia como parte de si, funcionando com seu próprio motor e carregando em seu casaco metálico a pintora, atriz e poetisa Mini Lili, que representa seu inconsciente, sua intuição e seu lado frágil e sensível.

Temos Nico, o acordeonista, um faz-tudo que através de sua roupa sanfonada, pode se torcer para cima ou para baixo, olhando cada um nos olhos.

E temos Klara, o telégrafo do invisivel, personificação da comunicação tecnológica, que pode receber ondas alfa do além apenas mudando a direção para qual a armação de sua saia aponta.

Os figurinos de Philippe Guillotel misturam o steampunk com o estilo dos filmes de Méliès, e os sets móveis e o maquinário lúdico, cheio de engrenagens e roldanas, de Stéphane Roy trazem algo novo para cada sequência.

Kurios flui de uma maneira cheia de entusiasmo, sem ser abrupta. A coreografia (de Yaman Okur e Sidi Larbi Cherkaoui) nos mostra uma dança sutil sempre que os membros da companhia entram ou deixam uma cena, tudo acompanhado pelos assombrosos tons da musica de Guy Dubuc e Marc Lessard (Bob & Bill) e de Raphaël Beau, misturando electro-swing e jazz.

O diretor Michel Laprise queria, com o espetáculo, recriar a emoção sentida na primeira vez em que foi ao Cirque du Soleil. Próximo da audiência, sem a -muitas vezes pretensiosa- distância dos últimos espetáculos.“Eu queria voltar para a sensação de quando nos apresentávamos nas ruas. Você tinha de capturar a atenção das pessoas do jeito certo. Não com algo espetacular, mas com algo original. Com talento. Eu queria algo alegre como o que temos nas ruas, porque é de onde viemos” afirma Laprise.

E parece que ele está conseguindo, pois o espetáculo está encantando e cativando pessoas em sua tour como nos primeiros dias do Cirque du Soleil, ganhando críticas que variam de “Kurios e é o espetáculo mais forte do Cirque du Soleil em anos” até “Kurios é um clássico instantâneo. Funciona como o mecanismo de um relógio, e poderá tiquetaquear para sempre”. Segundo Laprise, o ingrediente secreto para isso é a audiência.

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