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O Baronato de Shoah e entrevista com o autor

José Roberto Vieira e o Baronato de Shoah

Sinopse

O romance de estréia de José Roberto Vieira é uma fantástica aventura em um mundo sombrio que remete ao Steampunk, videogames, animações e RPG, onde passado, presente e futuro se encontram numa fórmula emocionante.

Sehn Hadjakkis é um Mashiyrra, um Escolhido. Desde seu nascimento ele foi eleito para ser um soldado da Kabalah, a elite do exército e liderar as forças do Quinto Império contra seus inimigos, os Legisladores.

Depois de quatro anos de lutas, mortes, e traições, Sehn finalmente tem a chance de voltar para casa e cumprir uma promessa feita ainda na infância: se casar com seu primeiro e verdadeiro amor, Maya Hawthorn.

Entretanto, a única coisa que o impede é outra promessa, feita no leito de morte a seus pais: vingar-se de Edgar Crow, um amigo que traiu sua família e destruiu seus sonhos, transformando a vida de Sehn num verdadeiro inferno e o mundo em que vive um pesadelo.

Quando um Golpe de Estado ameaça tudo aquilo em que Sehn acredita, ele se vê obrigado a escolher entre uma destas promessas para salvar seu mundo ou a mulher que ama.

Se fizer a escolha errada, ele pode destruir a ambos.

Ou a si mesmo.

O Autor

José Roberto Vieira foi uma idéia que quase deu errado. Encrenqueiro quando criança, afeto a péssimas companhias, relaxado, detestava ler. Até que, por acaso, teve contato com RPG e Literatura. Isso salvou sua vida. Sério.

Tem contos publicados no Anno Domini: Manuscritos Medievais (Editora Andross, 208), e na antologia Pacto de Monstros (Editora Multifoco, 2009). Foi coordenador do blog “Nexus RPG” e criou os RPGs Éride e Taenarum, distribuídos gratuitamente pela internet.

Atualmente trabalha como revisor e ghost- writer e dá os toques finais em sua primeira obra lançada fora do mundo virtual, o Baronato de Shoah, a ser publicada pela Editora Draco.

A Loja São Paulo entrevistou José Roberto a respeito do Baronato e o universo Steampunk contido na obra.
Sobre sua relação com literatura fantástica e em particular com o Steampunk.

Para ser sincero eu comecei a ler por causa de RPG, depois é que resolvi abrir um livro e desvendar suas páginas. Por nascer na periferia a literatura era um tabu, acho que até os quinze anos eu nunca tinha lido um livro inteiro. Na verdade, eu nunca tinha lido um livro.

Depois que tomei gosto pela coisa acabei lendo tudo que me foi privado até então. Eu lia, em média, quatro livros por mês no Colegial, e um número um pouco maior que isso depois que sai da escola.

Já com relação ao Steampunk foi amor à primeira vista. Eu conheci o estilo em Fóruns e comunidades na internet e me liguei a ele cada vez mais. Sempre achei que o Steampunk merecia um épico, algo grandioso que envolvesse batalhas, reinos e máquinas a vapor em fileiras intermináveis lutando por seus destinos.

Resolvi arriscar.

Qual a origem do universo contido no Baronato?

O livro surgiu de um pedido que minha namorada fez e de contos que se tornaram sua ideia principal. Um conto sobre um soldado que voltava para casa depois de anos no exército e outro sobre um paladino que chegava a uma cidade fantasma. Sozinhos, os contos eram péssimos, mas juntos tinham potencial.

O Baronato, propriamente dito, nasceu desta fusão e ficou impressionante. Cada ideia, cada plot vieram rapidamente, completando-se e “tecendo” este mundo. Havia coisas que eu não precisava me preocupar muito, por que se montavam sozinhas durante a história.

Existe uma relação rica e conflituosa entre tecnologia e magia dentro do cenário político do Baronato. Como se dá essa relação?

A magia foi originalmente criada pelos Grandes Titãs para controlarem a humanidade; ela era a maneira que estes seres encontraram para garantir seu controle.

A tecnologia foi criada por Shoah e seus Seguidores para tentar derrubar este poder controlador.

Depois que a humanidade baniu os Titãs eles decidiram não utilizar seu poder, por medo do que poderia acontecer ou de dar alguma espécie de controle a seus antigos senhores.

Este é um dos temas do livro: devemos temer aquilo que nos fez mal no passado ou devemos nos arriscar para construir um futuro melhor? A magia e a tecnologia se encontram novamente numa metáfora para resolver esta questão.

Qual a natureza dos Grandes Titãs de Shoah?

Os Grandes Titãs foram os primeiros governantes do mundo. Eles são criaturas monstruosas, gigantescas e mesquinhas.  Eram sessenta e nove criaturas, cada uma governando uma parte do mundo e com características únicas.

No livro você terá a chance de conhecer três destes seres: Abismo, Desdalain e mais um, cuja identidade deve ser mantida em segredo. Quem é ele? A alma do universo.

Muitos títulos e nomes dentro do romance remetem a diferentes idiomas. Quais são eles? Porque os escolheu e qual a fonte de pesquisa?

Eu escolhi três idiomas para o Baronato, inicialmente por gostar muito de sua sonoridade: O Hebraico foi meio sem querer, por que comecei a ler a Kabalah e me identifiquei com seus conceitos. Então alterei suas características e nomeei a elite do exército com este título. O Alemão foi utilizado por causa do nazismo, se você perceber vai ver que todos os termos utilizados em alemão, na verdade, pertencem aos vilões – eu queria fazer um paralelo entra Segunda Guerra e meu livro.

Queria falar do preconceito na humanidade, que mesmo tão igual só consegue ver as diferenças.

A energia utilizada pela tecnologia do Baronato tem um ar etéreo. Como ela funciona?

A Nebeldumpf foi criada a partir de um Titã homônimo. Shoah descobriu que este Titã produzia esta névoa e que ela podia ser usada para mover a tecnologia que inventara com seus Seguidores, então ele venceu este Titã e o aprisionou embaixo da terra.

Há uma complexa rede de túneis e uma fábrica nas montanhas de Hellyah que captam a Névoa do Vapor e a vende para os reinos. Ela é a principal fonte de renda do Império.

Logicamente, a fábria se parece muito mais com uma fortaleza, porque todos temem que o Titã chamado Nebeldumpf desperte.

Fale a respeito da Cabala.

A Kabalah é a elite do exército. Ela se divide em 10 sephirah (plural, Sephiroth). Cada um dos sephiroth possui características próprias, por exemplo:

Os Arur são pessoas que nascem com traços dos Titãs em seus corpos, então elas possuem membros de monstros, como asas, braço de dragão, pernas de leão. Edgar e Aleantrus são Arur.

Os Lôrrem são a infantaria, assim como a Nebeldumpf eles tiraram seu nome de um Titã: o fundador de sua sephirah descobriu que beber o sangue deste Titã chamado Lorrêm lhe conferia força, agilidade e esperteza acima da média. Então ele o aprisionou e cada novo membro é obrigado a ferir esta criatura para beber um gole de seu sangue.

Há também os Yoresh que são espiões ou caçadores, especialistas na arte do silêncio e da trapaça. Além de uma homenagem a todos aqueles que gostam de Steampunk os Da’ath, os Inventores ou “Steamersque são os responsáveis pela tecnologia a vapor.

Como é a experiência de escrever um romance Steampunk? E como foi a composição desse cenário?

Maravilhosa. Em muitos momentos eu me apaixonava pelo que estava escrevendo e viajava no mundo. Compor este cenário foi uma experiência enriquecedora.

A cada dia eu aprendia mais e mais sobre a Kabalah, o Steampunk e a literatura. Foi uma das experiências que mais me fez crescer como escritor.

Como autor fale a respeito do cenário nacional da literatura fantástica. E a respeito das campanhas de incentivo a leitura de autores nacionais. O que aguarda para este ano em que novos autores estão surgindo?

Este ano promete ser muito bom, a Editora Draco abriu espaço para muita gente talentosa, assim como a Tarja. Eu espero, sinceramente, que outras editoras passem a entender que temos ótimos escritores no Brasil e passem a publicar mais autores nacionais.

Lógico que o público precisa ajudar, indo atrás destes autores e conhecendo este trabalho.

Quais os autores que influenciaram seu trabalho?

G.A Matiazs, Margareth Weiz, Tracy Hickman,Tolkien, Garth Nix, Homero, Steven Pressfield, Alan Moore, Vírgilio, Allan Poe, José Vasconcelos, Hakim Bey, Rafael Oliveira, Frank Miller, Bernard Corwell, Leonel Caldela.

Prá terminar, defina o Steampunk em uma frase.

Steampunk é a criatividade em sua essência.

Por Cândido Ruiz

8 Responses to “O Baronato de Shoah e entrevista com o autor”

  1. Gabriela says:

    Nossa, comecei a acompanhar o blog do Baronato a pouquíssimo tempo, mas tô muito ansiosa para ler a obra completa.
    é muito instigante!!

  2. Ulisses says:

    Nossa, eu gostei muito dessa entrevista e a sinopse me deu muita vontade de ler o livro, comprarei assim que tiver a oportunidade =D

  3. Muuuuito bom o Livro José Roberto Vieira, realmente é legal poder ver pessoas que tem o dom criando literatura SteamPunk de qualidade, “Zero” você parabéns quero um exemplar da primeira edição autografado…!!!

  4. Capitão Thif Argus Steam says:

    Muito bom, gostei muito dessa entrevista.

    Fico muito feliz em ver esse crescimento da literatura fantástica no Brasil.
    E como escritor de crônicas steampunk, fico ainda mais orgulhoso de ver esse meu amado gênero crescer.
    Fica também um imenso parabéns a José Roberto Vieira, pela sua dedicação.
    E saiba que um de seus leitores já está garantido.

  5. Vincet Law says:

    Boa entrevista e principalmente a relação da Cabala. (Estudei isso para o meu futuro livro)
    Vou divulgar para o pessoal sobre o seu trabalho.

  6. […] um passado extraordinário, da Tarja Editorial) e José Roberto Vieira (autor do romance steampunk Baronato de Shoah que será lançado pela Editora Draco) – Que também estarão presentes no […]

  7. […] (Texto da sinopse retirado do site do conselho Steampunk de SP, onde o autor deu uma entrevista. Confira aqui.) […]

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