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Os Autômatos ambulantes de Delarozière- Parte II

La Princesse


La Princesse, a aranha mecânica de treze metros idealizada de operada pela companhia francesa de performances artísticas La Machine foi apresentada em Liverpool, Inglaterra, como parte das celebrações da iniciativa Capital Europeia da Cultura, de 2008, entre 3 e 7 de Setembro.

Aparecendo pela primeira vez ao lado de Concourse House, um edifício condenado em Lime Street, a aranha, criada pelo fundador do grupo La Machine, François Delarozière, que também foi o responsável pelo Elefante e pela Garota Gigante da apresentação da Royal de Luxe em Londres, foi levada a Inglaterra pela Companhia Criativa & Fundo de Caridade Artichoke.

A aranha foi construida em Nantes, França, usando madeira de Álamo e complexos mecanismos hidráulicos, tendo levado mais de um ano para ficar pronta. Foi despachada de navio para Merseyside e montada em uma locação secreta, as docas de Cammell Laird, em Birkhead. Pesando 37 Toneladas, a aranha tem cerca 50 eixos de movimento, e é operada por 12 pessoas, três que ficam sobre seu corpo, e nove embaixo, um operando cada uma das patas e outro para outras operações que incluem os efeitos especiais criados por Thierry Loridant que incluem chuva, neve, chamas, fumaça, vento, luz e som. Quando em movimento, percorre duas milhas por hora, e para ser movida aos locais de apresentação, necessita de 16 guindastes, 6 empilhadeiras, 8 plataformas e uma equipe de 250 pessoas usando os figurinos desenhados por Gaelle Choveau, sempre acompanhada sempre por uma orquestra tocando musicas compostas por Dominique Malan, especialmente para este fim.

Custo


O projeto custou algo entre os valores de 1.8 e 1.9 Milhões de Libras para ser realizado, sendo que 1.5 Milhões, vieram da Companhia Cultural de Liverpool. Phil Redmond, Diretor Artístico da Companhia Cultura de Liverpool, atestou que “1.5 Milhões de Libras, é na verdade menos do que custaria agendar o Macca (Sir Paul McCartney)”. O projeto sofreu algumas críticas do UK Mental Health Charity Anxiety, que alertou o potencial efeito traumático da produção naqueles que sofrem de aracnofobia, e o grupo de pressão TaxPayer’s Alliance (alternativamente chamado de chatolinos de plantão que não gostam de manifestações artísticas) chamou a obra de uma “ultrajante maneira de desperdiçar dinheiro”. Entretanto, a resposta da maioria do público foi positiva, e é quase unanime a opinião que a performance da “Princesa” em Liverpool, foi o ponto alto da comemoração da Capital Cultural de 2008 e compensou muito mais para cidade em turismo do que os 1.8 milhões gastos. Embora os planos sejam da aranha visitar o japão em 2009, em 8 de Setembro, o programa regional, BBC North West Tonight, revelou que planos estão sendo feitos, para conseguir que La Princesse permaneça em Liverpool, e as negociações como grupo La Machine já foram iniciadas.

História

Os artistas do grupo La Machine criaram uma história sobre a aranha. Temendo que a aranha estivesse para botar ovos, cientistas teriam removido a mesma para uma quarentena em Albert Dock, e lá realizar experimentos na mesma. Um dos artistas da performance, no papel do cientista Joseph Browning, deu diversas entrevistas à imprensa local. O crítico de arte Lyn Gardner escreveu em seu artigo no The Guardian que “em certos momentos, chegava a parecer que estava liderando a população inteira da cidade em uma dança, como um tipo de flautista mágico aracnídeo”.

A Jornada Começa

Na tarde de Sexta-feira, cercada por uma multidão, a aranha começa a caminhar, a chuva pesada não impediria ninguém de ver tal prodígio. Andou por Albert Dock espirrando água na platéia e tocando vários objetos na rua, incluindo o estranho guarda-chuva de um membro do público; depois, andando entre os galpões e armazéns nas docas, a aranha volta ao seu esconderijo até o dia seguinte.

Tumulto no Centro da Cidade

No sábado a aranha desperta e caminha por Water Street em direção ao centro de Liverpool. Muitos considerariam insano que o titânico aracnídeo caminhasse entre as pessoas, pelas ruas principais, e em direção ao centro comercial da cidade. Entretanto, foi exatamente o que ocorreu, e a mídia local reportava que a cena era mais imponente que a Parada da Vitória de um time de Futebol ou o mar de pessoas atraídas até a cidade pelos Beatles na década de 60.

Pessoas moviam-se de um lado a outro das ruas para ganhar um espaço próximo a grande aranha. Uma noive inclusive, não conseguia passar pela turba para chegar ao próprio casamento, e foi escoltada a pé pela polícia, enquanto os músicos da aranha tocavam impromptu, a marcha nupcial enquanto avançavam através da multidão.


Varias pequenas encenações foram montadas durante a rota da aranha, envolvendo fumaça, fogos de artifício e canhões d’água. A Sensação de presenciar tal visagem, andando pelas ruas comerciais de Liverpool, foi verdadeiramente uma experiencia única na vida de muitas pessoas. Ao chegar ao ponto comercial principal, o grande monstro é atingido por uma nevasca, o banho de neve tem como objetivo adormecê-la, e assim ela permanece até a noite.


O Levante

O próximo capítulo da história envolve a cidade revidando e tentando deter a aranha invasora. Ao acordar, a criatura seguiu por Church Street, e ao chegar ao alto da rua, se depara com uma barragem de chamejantes canhões. O calor e o barulho espantam a aranha que tenta desviar, uma grande escavadeira tenta derrubar a fera, que foge, subindo em direção a Lime Street.


Ao atingir Lime Street, é recebida por enormes ventiladores, que tentam empurrá-la de volta. Eles falham, e a grande besta segue para Concourse Tower, onde havia sido avistada pela primeira vez na Quarta-Feira. Outra barreira de chamas impede a aranha de avançar, que sem opção, retorna à Lime Street Station.


Guindastes erguem-na, com os operadores ainda a bordo, e a deixam na posição vertical, a aranha então se move de um guindaste a outro, caminhando assim até atingir o lado do edifício; o que provou ser um emocionante espetáculo para a platéia que assistia de St. Georges Plateau. Mais uma nevasca engolfa a aranha então, que dorme pelo resto da noite.


A Criatura Parte

No Domingo a aranha desce do prédio, e se prepara para deixar a cidade. Move-se através de St. Georges Plateau junto com um gigante numero de espectadores, e segue para o túnel de Queensway. Fogos de artifício são disparados dos prédios enquanto a aranha passa, por fim, virando-se para a exultante multidão, a aranha recua de costas, observando as pessoas enquanto desaparecia na nuvem de fumaça que se formava na entrada do túnel.


A aranha desaparece, mas seus operadores retornam e são ovacionados pela platéia.

Por Karl

Veja também:

Os Automatos Ambulantes de Delaroziere parte 1

Os Automatos Ambulantes de Delaroziere parte 3

La Géante du Titanic et le Scaphandrier

4 Responses to “Os Autômatos ambulantes de Delarozière- Parte II”

  1. Dr Victor says:

    Espantoso como a criatura mescla-se e combina com a cidade. Eterna Liverpool.

  2. PirataDandi says:

    mamãe! eu quero um desses de aniverssário!
    *babando*

  3. impressionante!!! As fotos sao muito legais, dao uma ideia boa do tamanho da “criatura”

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