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Nikola Tesla – Especial de aniversário – Parte III

Nikola Tesla – Sonhos feitos e desfeitos

Tesla foi proibido, por questões logísticas, de realizar seus experimentos dentro da cidade, e nos arredores de Nova York, mas Curtis, um advogado que já havia defendido Tesla na corte, lhe ofereceu auxilio, e o ajudou na construção do campo de testes em Colorado Springs. O Advogado, que era empregado da companhia elétrica do lugar, também fornecia energia para os experimentos sem custo algum.


O laboratório consistia em um grande galpão cercado (com sinais que diziam “Mantenha a distância” e “Grande Perigo”), sob uma torre de 27 metros de altura, que segundo o próprio Tesla era a sua maior invenção, o Transformador Amplificador.
Os efeitos dos experimentos logo foram percebidos pelos habitantes de Colorado Springs. A grama ao redor do galpão emitia uma pálida luz azul, faíscas surgiam do chão para os pés dos passantes que se aproximava, lâmpadas acendiam sem que estivessem conectadas a nada e objetos metálicos, quando aproximados de hidrantes, liberavam raios elétricos, e isso apenas significava que Tesla ainda estava calibrando seus equipamentos.


Em 1899 o Transformador Amplificador foi acionado. Esperando produzir um fenômeno chamado “crescente ressonante” a torre descarregou diretamente na Terra uma corrente de cerca de dez milhões de volts, que atravessaram o planeta na velocidade da luz, com potência o suficiente para não morrer antes de atingir o outro lado do planeta, quando foi rebatida de volta, e embora estivesse enfraquecida, Tesla continuava emitindo pulsos que reforçavam os anteriores.
No que até hoje é registrado como a maior descarga elétrica da história, Tesla assistiu a manifestação do crescente ressonante na forma de imensos raios que cruzavam o céu e trovões audíveis a 33 quilômetros, e com a corrente retornante formando um arco voltaico que subia a mais de 19 metros. Naquele momento Tesla percebeu não haver limite para a geração de descargas ressonantes.
Infelizmente o experimento terminou quando o gerador de força de Colorado Springs se incendiou devido as descargas elétricas. Isso causou uma animosidade entre Tesla e a companhia elétrica que cancelou o fornecimento de energia grátis para seu laboratório.

De volta a Nova York, Tesla procurou apoio para seu sistema de energia ressonante global, mas sabia que os executivos não morriam de amores pela sua ideia de oferecer energia grátis. Portanto, o cientista, de forma astuta, disfarçou seu projeto como uma rede de comunicações global sem fio, imaginando, anos antes do surgimento da internet, um sistema de comunicação mundial muito mais sofisticado do que o usado hoje em dia.


O projeto foi rejeitado por George Westinghouse, mas alguém que já havia rejeitado as idéias de Tesla se interessou. J. P. Morgan, o homem mais rico da América apreciou a ideia de monopolizar as comunicações mundiais, e financiou a construção de um novo laboratório em Long Island, que deveria ser uma versão maior e melhor da base de Colorado Springs.

Era o inicio de Wardenclyffe.

Em Junho de 1902 Tesla mudou sua base operações para Wardenclyffe. Entretanto, quando a estrutura da torre estava completa, o sistema ainda não estava funcional, devido a mudanças de ultima hora. Uma série de acidentes atingiram Wardenclyffe enquanto Tesla trabalhava no projeto, e o dinheiro começava escassear. Isso ajudou a matar o entusiasmo de J. P. Morgan, assim como seus investimentos.

Em 1905 as patentes de Tesla sobre a Corrente Alternada e alguns outro métodos de transmissão de energia expiraram, causando grandes reduções de fundos no projeto Wardenclyffe. Tesla anunciara os serviços da Torre de Wardenclyffe, mas não foi muito bem sucedido. Nessa mesma época, Tesla desenvolvera a Turbina de Tesla, e produzira diversas Bobinas de Tesla para venda. Tentando manter seu investidor, ele revelou a Morgan a verdade, seu plano era substituir a transmissão convencional de energia mundial e não substituir o telégrafo, isso causou na imediata retirada de suporte pela parte de Morgan.

Em 1908 a torre foi fechada pela primeira vez, Tesla tentou hipotecar a propriedade com o proprietário do Hotel Waldorf-Astoria, George C. Boldt, mas por volta de 1911 as instalações já estavam parcialmente abandonadas. Entre 1912 e 1915 as finanças de Tesla iam de mal a pior, e quando os investidores indagaram sobre quando iriam recuperar seus investimentos, Tesla não pode dar respostas satisfatórias. Os jornais chamavam Wardenclyffe de “A tolice de um milhão de dólares de Tesla”. O prédio principal já havia sido vandalizado nesta época, e em 1917 a instalação foi condenado a demolição. Quase sem dinheiro, Tesla não pode fazer nada, e é dito que na época, ele  já estava sendo alvo de espionagem por porte dos alemães.

O edifício foi dinamitado, mas a torre, significativamente, permaneceu em pé, e permaneceu assim mesmo após repetidas detonações. Por fim a torre foi derrubada, quando, em outra data, a equipe de demolição retornou, mas a torre apenas caiu, sem explodir, ou partir-se.
E assim morria a única chance de Tesla de trazer a energia livre as pessoas.

Tesla e o Raio da Morte


As invenções de Tesla geralmente continham elementos de consciência social e obra em prol da humanidade, por isso, pode ser surpreendente para alguns que ele tenha desenvolvido vários dispositivos de aplicação militar, entre eles as turbinas que o almirante Von Tirpits usou em sua armada de navios de guerra. Com o início da primeira guerra mundial Tesla cancelou seu contrato com os alemães para não ser acusado de traição. O fato de Tesla usar seu intelecto para fins bélicos não deixa de ser aterrorizante, pois ele foi o homem que afirmou, não se sabe até hoje se brincando ou não, que poderia dividir a Terra ao meio com seu gerador ressonante.

Com os Estados Unidos perto da guerra, Tesla imaginou outra coisa que poderia interessar os militares. Ele falou das virtudes humanitárias de sua invenção, que impediria que muitos arriscassem suas vidas, e em uma apresentação para o departamento da guerra, ele afirmou, esperando um contrato com o Exercito dos Estados Unidos, que sua invenção poderia inutilizar a armada espanhola, e acabar com a guerra, e com a própria Espanha em apenas uma tarde, mas o governo nunca aceitou a oferta.

Mas isso não impediu Tesla de desenvolver seu Raio da Morte.

Os componentes e métodos usados no dispositivo de teleforça, ou raio da morte, incluíam um aparato para produzir manifestações energéticas no ar livre, ao invés do vácuo, um mecanismo para gerar tremenda força elétrica, um método de intensificar e amplificar a força desenvolvida pelo segundo mecanismo, e um novo método para produzir uma grande força elétrica repelente, esse seria o projetor, ou disparador, da invenção.

Tesla trabalhou em sua Arma de Energia Direcionada, do início de 1900 até sua morte. Tesla chegou a escrever um tratado com o título “A arte de projetar energia concentrada não-dispersiva através de um meio natural”, o documento foi publicado para expor sua descrição de uma “super arma que colocaria um fim em todas as guerras”. O documento, hoje arquivado no Museu Nikola Tesla em Belgrado, descrevia algo que seria semelhante a um acelerador de partículas, uma melhoria do transformador amplificador que concentrava energia em um fino raio, tão concentrado que não se dispersaria, mesmo a grandes distâncias.
Tesla deu a seguinte descrição sobre a operação da
arma de partículas:
“Irá mandar feixes concentrados de partículas pelo ar, de tamanha energia, que derrubariam uma frota de 10.000 aviões de uma distância de 200 milhas das fronteiras de uma nação, e fará exércitos pararem imediatamente”.
Tesla promoveu o raio como arma puramente defensiva, com a intenção de impedir e repelir ataques.


Em 1908, quando Tesla testou o raio, Robert Peary fazia sua segunda tentativa de chegar ao Polo Norte. Tesla notificou a expedição que tentaria entrar em contato com eles de alguma forma, e pediu que relatassem qualquer coisa incomum que ocorresse.


Na noite de 30 de Junho, Tesla, acompanhado de seu sócio George Scherff, montou seu raio na torre de Wardenclyffe, apontando-o para o ártico, através do atlântico, em um ponto calculado como sendo a oeste do local onde a espedição de Robert Peary estava. O raio foi ligado, e no início foi difícil saber se funcionava, sua extremidade apenas emitia uma luz pálida, quase imperceptível. Foi então que uma coruja voou de seu ninho no alto da torre, na direção do raio, e ao passar na frente dele foi desintegrada instantaneamente. Isso marcou o fim do teste.

Na esperança de confirmar o funcionamento do raio da morte, Tesla vigiou os jornais e enviou telegramas para Robert Peary, mas nada apareceu, e quando estava pronto para desistir, o cientista recebeu notícias de um acontecimento na Sibéria em 30 de Junho. Naquele dia, uma imensa explosão devastara a remota área florestal de Tunguska. Com o que parecia ser o equivalente a quinze megatoneladas de dinamite, quinhentos mil acres quadrados de terra foram destruídos instantaneamente, com um explosão audível a 930 quilômetros de distância. Tal incidente ainda é considerado a mais poderosa explosão ocorrida na história, não tendo sido ultrapassada nem mesmo pelas subsequentes explosões termonucleares. Certos cientistas acreditam que a explosão foi causada por um meteorito ou por um fragmento de cometa que atingiu o local, mas nenhum impacto evidente, nem restos minerais e vestígios de tal coisa jamais foram encontrados na região.


Tesla sabia o que havia ocorrido em Tunguska. Seu raio da morte ultrapassara o alvo calculado, atingindo a área florestal. Aliviado que a explosão não causara morte alguma, Tesla desmontou o raio da morte, acreditando que era perigoso demais para continuar existindo.
Mas seis anos depois, Tesla reconsiderou. Com o fim da Primeira Guerra, ele escreveu ao Presidente Wilson, revelando sobre o teste do raio da morte, e oferecendo-se para reconstruir o invento para o Departamento de Guerra, pois a mera ameaça de tamanha força destrutiva convenceria as nações em guerra a estabelecer a paz imediatamente.
Paz por compulsão.
O Raio da Morte nunca foi reconstruído, e a única resposta que Tesla recebeu foi uma carta forma de apreciação da secretária do presidente.
Em 1917, Tesla tentou novamente oferecer ajuda ao seu país. Ele criara uma estação emissora que emitia ondas exploratórias de energia, que permitiam que os operadores determinassem precisamente a localização de veículos distantes. Tal proposta foi rejeitada pelo departamento de guerra, que riu da ideia do “raio explorador” de Tesla. Embora anos mais tarde, a mesma invenção ajudaria-os a vencer a Segunda Guerra, agora com o nome de “radar”.

Tesla continuava a criar inúmeras invenções, uma mais peculiar que a outra, e muitas delas nunca saiam do estágio conceitual, mas conforme os anos passavam, as idéias de Tesla pareciam ficar mais estranhas aos olhos das pessoas…

Continua…
Por Karl

Oque aconteceu em Tunguska?

Nikola Tesla – Especial de aniversário – Parte IV

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2 Responses to “Nikola Tesla – Especial de aniversário – Parte III”

  1. Dumbra says:

    Reafirmo, o Nicola Tesla era e é fantástico!

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